Honda Motor fechará fábrica no Reino Unido em 2021 acabando com 3,5 mil postos de trabalho
A montadora japonesa Honda Motor anunciou nesta terça-feira, 19, que em 2021 fechará sua fábrica na cidade de Swindon, sudoeste do Reino Unido, o que causará um corte de cerca de 3,5 mil postos de trabalho.
O presidente e CEO da companhia, Takahiro Hachigo, confirmou em entrevista coletiva a decisão, que havia sido adiantada por veículos de imprensa britânicos e que surge no atual contexto de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).
Logo após o anúncio, o ministro britânico para Empresas, Greg Clark, considerou a decisão “devastadora”. A Honda justificou a medida ao ressaltar a necessidade de reestruturar a produção em um contexto de muitas mudanças no mercado mundial de automóveis. Contudo, a montadora destacou que a sede europeia da empresa permanecerá no Reino Unido.
“Levando em consideração as mudanças sem precedentes que afetam nosso setor é essencial que aceleremos nossa estratégia de eletrificação de veículos e que reestruturemos nossas atividades mundiais. A decisão não foi tomada levemente e lamentamos profundamente o quão inquietante será”, afirmou Katsushi Inoue, diretor da Honda na Europa, em um comunicado.
A fábrica atualmente produz mais de 100 mil unidades do Honda Civic por ano, dos quais 90% são exportados para o restante da Europa e Estados Unidos.
Indústria e o Brexit
A decisão de fechar a unidade de Swindon é um novo revés para o governo britânico, que luta para manter a atratividade do país apesar das dúvidas que cercam o Brexit e dos temores da indústria de uma saída da União Europeia sem acordo.
No início de fevereiro, outra montadora japonesa, a Nissan, também provocou consternação ao desistir de fabricar o modelo X-Trail na fábrica de Sunderland, com uma referência indireta ao Brexit.
Em janeiro, a Airbus advertiu para possíveis decisões “muito dolorosas” em caso de Brexit sem acordo, um aviso também feito pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Várias empresas japonesas de diversos setores já deixaram o país em consequência da incerteza a respeito do Brexit.
Fonte: Estadão